terça-feira, 21 de dezembro de 2010

até nunca mais



Você pode enganar todas as meninas da cidade. Só lembre-se: ela não é uma delas. Ela nunca foi, porque seria agora? Só porque você chegou e virou a vida pelo avesso, transformou o que era certo em errado, mudou a cara pelo coroa. Não se engane, meu bem. Ela sabe como agir e ela definitivamente irá agir.

Em um dia qualquer ela olhou para o lado e simplesmente não sabia o que fazia ali. Não sabia se eram as taças a mais os pensamentos a mais. Aquilo não a pertencia, aquilo nunca seria dela. Uma pena? Uma sorte? E, felizmente, ela nunca se contentou com pouco. Nunca quis ser a segunda opção, a personagem secundária ou a tapa buraco. Ela não pertence a você, ela nunca vai pertencer a nada. Ela pertence somente ao mundo.

Pegou seu sapato vermelho – combinando com seu rosto demonstrando vergonha – e sua dignidade um pouco abalada e saiu porta a fora. Ela nunca olhou pra trás, ela nunca pensou em uma segunda chance. Segunda chance existe para os fracos conseguirem tomar atitudes sem um peso a mais nas costas, não pra ela. Muitos pensamentos, muita dor de cabeça. É, talvez o culpado disso tudo tenha sido realmente o champanhe da noite passada. Ou a vodka. Ou ela. Ou ele.

Ela não se desesperou, ela nem ao menos chorou de verdade. Lágrimas de crocodilo nunca foram seu problema. Fingia tão bem que até parecia você quando falava que a amava. Tudo mentira. Tudo balela. Lavou seu rosto, mas isso não foi o bastante para tirar as lembranças de sua mente. Mas afinal, o que seria o bastante? Mágoas, mentiras, lágrimas. Agora algo a dizia que aquilo tinha chegado ao fim.

Ela saiu e fechou a porta. Ela saiu e fechou seu coração. Até nunca mais.

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